Apesar da crescente complexidade da agenda internacional, o desenvolvimento se mantém em lugar de destaque. É certo que, como conceito, também se tornou mais complexo ao longo dos anos, não só pela adição de qualificativos como “humano” ou “sustentável”, mas pela crescente percepção de que as dimensões da vida por este abarcadas são muito mais amplas que a estritamente econômica e que as estratégias para sua busca vão além da meta de crescimento. A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), recentemente reunida, em seu 11º encontro, na cidade de São Paulo, foi marcada, exatamente, pelo protagonismo e pela complexidade do desenvolvimento, demonstrados pelo empenho dos países – e da sociedade civil organizada – em fazerem valer suas posições nesta matéria, bem como pela multiplicação de alternativas e preocupações. Como pode ser visto nas sessões da UNCTAD e nos diversos eventos paralelos, é impossível encontrar um consenso monolítico a respeito das prioridades e estratégias do desenvolvimento. Os representantes dos Estados e de organizações civis já não compartilham uma mesma visão. De fato, este é um traço novo, o qual deixa vincada a pluralidade e multiplicidade dessa UNCTAD. Se nas décadas de sessenta e setenta a tônica...
Written by José Augusto Fontoura Costa